O Centro de Formação, Pesquisa e Memória Cultural Casa do Carnaval é uma iniciativa da Prefeitura do Recife. Constituímos um espaço de referência quando o assunto é a história das manifestações culturais populares. Um assunto que trata de muitos assuntos, que fala de pessoas, de economia, de política, de religião, de lugares. Na cidade, somos um dos espaços mais freqüentados por estudantes e pesquisadores que se interessam pela temática, por reunir em nosso acervo uma documentação específica voltada para a pluralidade de temas que envolvem o assunto.
Na Casa do Carnaval, como somos conhecido popularmente, vocês vão descobrir como as práticas culturais populares se inventam e se recriam cotidianamente, como estabelecem relações de poder, de resistência no tempo e como escrevem histórias diferentes que guardam reservas de significados e simbolismos.
Estamos localizados no coração do bairro de São José, no Pátio de São Pedro, um dos espaços de sociabilidade do Recife mais freqüentado pela população que aprecia a polifonia das nossas manifestações culturais. Aqui se ouve, canta e dança, o forró, o frevo, a ciranda, o maracatu, o afoxé, o samba, o coco, o pastoril, entre outros ritmos.
Visitar-nos, é conhecer a história do Carnaval de rua, das festas juninas e natalinas do Recife e até mesmo de outras regiões no decorrer do século XX até a atualidade, e perceber como a cidade, no seu cotidiano, movimenta-se, organiza-se e reinventa-se em função das culturas populares.
Uma das nossas singularidades, e que prezamos por isso, é que a Casa existe como um prolongamento das residências daqueles que fazem as manifestações culturais. Frequentemente recebemos a visita de carnavalescos (muitos dos quais presidentes de agremiações), compositores, maestros, passistas, quadrilheiros, pastoras, mestres de apito, velhos de pastoril e outros, que num animado ir e vir, conversam e transmitem as suas experiências aos pesquisadores que aqui se encontram.
Existimos no intuito de ampliar e manter vivo a complexidade desse patrimônio, por meio de ações cotidianas que visam fortalecer, preservar e incentivar o nascimento de novas agremiações de cultura popular. Todo o nosso trabalho: atendimento ao público pesquisador, palestras, oficinas, seminários, publicações, exposições, consultorias a projetos de cultura, entre outros, é realizado na perspectiva de intercambiar história e cultura, valorizando o uso de diversas fontes documentais, todas disponíveis no espaço.
São mais de cinco mil volumes impressos, entre livros, periódicos, teses, dissertações, monografias, partituras, atas, estatutos, cartas, notas de jornal, cartilhas culturais, catálogos e folders. Um número considerável desse material já se encontra digitalizado para consulta, juntamente com CDs, documentários em mídia digital e VHS, LP’s, biografias, entrevistas transcritas ou em áudio, elementos tridimensionais, fotografias, banners, entre outros documentos que sedimentam o nosso acervo.
São mais de cinco mil volumes impressos, entre livros, periódicos, teses, dissertações, monografias, partituras, atas, estatutos, cartas, notas de jornal, cartilhas culturais, catálogos e folders. Um número considerável desse material já se encontra digitalizado para consulta, juntamente com CDs, documentários em mídia digital e VHS, LP’s, biografias, entrevistas transcritas ou em áudio, elementos tridimensionais, fotografias, banners, entre outros documentos que sedimentam o nosso acervo.
É nosso desejo, que ao entrar na nossa Casa, você se aproxime de diferentes histórias de vida, culturas e sentimentos; que possa encontrar o inesperado, chorar de emoção ao lembrar de outros tempos, sorrir lembrando do acontecido ou rapidamente passar a vista numa fotografia ou objeto, sem olhar com detalhes, com medo de não reativar a dor ou sentimento que na ocasião silencia seus atos.
A ideia da Casa do Carnaval
A ideia de criar um lugar próprio para salvaguardar a memória do Carnaval do Recife teve início nos anos 1980, mas somente em 1990 ganhou concretude pelo empenho e determinação do jornalista e pesquisador da Prefeitura do Recife, Marcelo Varela.
O nome escolhido para o equipamento foi Casa do Carnaval, inaugurada com uma grande exposição sobre as diversas agremiações carnavalescas da cidade, em 22 de agosto de 1990.
A Casa passou a ser ponto de encontro de carnavalescos, lugar de concentração, apoio e sociabilidade entre os brincantes, foliões e curiosos. Para os interessados em aprender mais sobre a cultura carnavalesca da cidade, livros, fotografias, estandartes, oficinas de dança do frevo, iniciação musical, adereços e alegorias eram disponibilizados gratuitamente ao público. Na memória de suas ações, ainda estão o período de transmissão de uma rádio local e abrigo para agremiações carnavalescas ensaiarem seus repertórios e confeccionarem suas fantasias.
A partir de 2001, atendendo as novas demandas da sociedade, a Casa teve as suas atividades ampliadas, passou a sediar as exposições dos homenageados dos ciclos festivos da cidade, trabalhando não somente com Carnaval, mas com outras festas populares, aumentando a procura por assuntos diversos da história e cultura popular, assim como por outras atividades formativas desenvolvidas pelo espaço, como cursos, palestras, seminários, exposições, pesquisa, publicações. Devido à amplitude de suas ações, passou a se denominar Centro de Estudo e Pesquisa em Cultura Popular; depois (em 2005), Centro de Formação, Pesquisa e Formação Cultural, porém, como seu nome de batismo já estava arraigado na sociedade, o espaço é popularmente conhecido como a Casa do Carnaval.
Mário Ribeiro