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Nos Arraiais da Memória / Volume 2 - as quadrilhas juninas escrevem diferentes história / 2013
Mário Ribeiro dos Santos e Carlos André Silva Moura /2013 (Org)



II ENCONTRO DE ESTUDANTES PESQUISADORES
TEMA: HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA

Por Mário Ribeiro dos Santos

Este é o segundo Encontro de Estudantes Pesquisadores organizado pelo Centro de Formação, Pesquisa e Memória Cultural – CASA DO CARNAVAL. O tema História e Cultura Afro-Brasileira foi pensado considerando a necessidade de criar novos espaços que discutam a temática de forma crítica, para além das fronteiras das universidades, e com o intuito de aproximar os estudantes pesquisadores das atividades realizadas pela Secretaria de Cultura do Recife.
No encontro do dia 29 de novembro de 2011, participaram 14 alunos de diferentes IES (Instituições de Ensino Superior) da cidade, os quais apresentaram seus estudos de monografias, dissertações e pesquisas de iniciação científica, numa perspectiva interdisciplinar com diferentes implicações metodológicas e empíricas, com novas interrogações e descobertas, que desnaturalizam a temática em questão.
Desse modo, consolidar a rede de pesquisadores, proceder o desenvolvimento do intercâmbio que envolva estudantes e pesquisadores de diferentes instituições e estimular projetos concretos fundamentados na história e cultura afro-brasileira, que interrogam os conceitos quanto ao papel que desempenham na teoria e na prática constituíram estratégias prioritárias da CASA DO CARNAVAL quando pensou a realização desse evento.

Recife, 20 de dezembro de 2011  





I ENCONTRO DE ESTUDANTES PESQUISADORES DAS CULTURAS POPULARES
CADERNO DE RESUMOS


Capa do folder


Festas, cidade e cotidiano
Recife, 2011

Apresentar as festas populares vivenciadas nas ruas do Recife integradas ao cotidiano da cidade constitui o principal interesse da exposição Festas, cidade e cotidiano, realizada pelo Centro de Formação, Pesquisa e Memória Cultural – Casa do Carnaval, em comemoração aos seus 21 anos.
Neste espaço de reflexão, oportuno, inclusive, por vir sanar ausências de momentos que revelem outras histórias que se aproximem das nossas experiências, abordaremos, entre outros assuntos, os modos particulares com os quais os diferentes grupos percorrem e apropriam-se dos espaços públicos da cidade nos dias de Carnaval, São João e Natal; quem são e o que impulsiona os brincantes, integrantes ou não de grupos culturais, a fazer de cada festa um território com significados mutantes e polissêmicos; o processo de circulação de tradições e culturas emergentes, as apropriações e ressignificações; os encontros e os desencontros.
Testemunha dessa diversidade, a cidade, evidenciada no título da exposição, aparece como ponto de ancoragem da memória; como a guardiã dos diferentes tempos; dos mistérios; das histórias de boa e má fama dos seus personagens, e das múltiplas celebrações que nos levam pela memória a lugares da infância, fazendo reviver afetos e emoções em torno de momentos vivenciados em outras épocas e lugares.
São nesses territórios de sociabilidade, onde presente e passado se conectam e se misturam, que situamos o cenário do nosso mais novo trabalho, e que, esperamos, vá além do óbvio, que gere dúvidas e estimule a repensar o que tínhamos como certeza e verdade a respeito da história das festas populares na nossa cidade.

Mário Ribeiro
Historiador e Gerente do Centro de Formação, Pesquisa e Memória Cultural
Secretaria de Cultura | Prefeitura do Recife





Catálogo das Agremiações Carnavalescas de Recife e Região Metropolitana (click Aqui para visualização)
Associação dos Maracatus de Baque Solto e Prefeitura do Recife
Recife, 2009


Cartilha do Carnaval 2010 (click Aqui para download)
Mário Ribeiro dos Santos (Org.)
Recife, 2008


No rico e complexo universo do Carnaval do Recife, o desfile das agremiações carnavalescas ocupa um lugar de destaque. Um verdadeiro ritual. Expressão maior de um processo vital em fluxo constante, que anualmente se renova, invade as ruas da cidade, enchendo-as de cores, brilhos e ritmos.
O planejamento de um desfile começa quando mal termina o carnaval. Ainda com as marcas das cinzas na testa, o carnavalesco estuda e define um novo tema [1]a ser levado pelas agremiações à avenida. Dessa forma, na maior parte do tempo, o ano carnavalesco está sempre um ano na frente do calendário corrente, pois nele tudo converge para o seu desfecho festivo.
Nesse sentido, carnaval significa não apenas a festa, mas toda a sua preparação, ao longo da qual um novo enredo transformar-se-á gradualmente em alegorias e fantasias. Cada elo desse processo põe em cena não só formas distintas de expressão artística, mas também mecanismos de articulação das mais diversas ordens protagonizados por grupos sociais muito diferenciados entre si.
Este trabalho segue os passos desse grandioso ritual. No Recife[2], 330 manifestações culturais, distribuídas em 11 modalidades (Clubes de Frevo, Troças, Clubes de Boneco, Blocos Líricos, Maracatu de Baque Solto, Maracatu de Baque Virado, Urso, Boi, Caboclinho, Escola da Samba e Tribo de Índio), ocupam hoje com desfiles o centro de uma festa espetacular, disputando o título de campeãs de cada modalidade, na maior competição festiva da cidade: o Concurso de Agremiações Carnavalescas,promovido pela Fundação de Cultura, da Prefeitura do Recife[3] . Aqui, a rede de relações sociais trançadas ao longo do ano atinge nesse momento seu grau máximo de expansão: as agremiações não só reuniram todos os seus elementos como aspiram agora comunicar-se com a cidade inteira.
Como toda competição envolve uma relação de confronto, de troca, o concurso atua como uma arena, onde se confrontam grupos culturais diferenciados, exibindo novas tendências e preservando referências; contudo, valorizando as diferenças. Um verdadeiro canal, uma via de acesso que possibilita a esses segmentos extrapolar fronteiras, mobilizar-se como categoria e obter conquistas políticas significativas.
A Gerência de Formação Cultural e a Gerência de Artes Cênicas têm um papel importante nesse processo, com a realização de seminários, pesquisas, capacitações, palestras e oficinas, ampliando os espaços de discussão e reflexão em torno da temática, defendidos pela política cultural desta gestão. Um conjunto de ações que, documentadas, se concretiza neste trabalho, no qual apontaremos, através de uma dimensão didática necessária para conquistar a atenção dos mais diferentes públicos, a multiplicidade de aspectos que compõem o desfile das agremiações carnavalescas. Falaremos da festa, do rito, da música e da dança, mas também destacaremos os diversos contextos históricos, as estruturas de apresentação dos grupos, os princípios que os norteiam e os embasam, entre outros aspectos que dominam a configuração desses processos culturais nos últimos anos.
Acreditamos que compreendê-los é, ao mesmo tempo, compreender a cidade que os realiza e as tensões que a constituem e nela se desenvolvem. Esse é o propósito deste trabalho.

Albemar Araújo 
Gerência Operacional de Artes Cênicas
Zélia Sales 
Gerência Operacional de Formação Cultural


[1] Com exceção das tribos de índio, dos caboclinhos, dos bois, dos maracatus de baque virado e baque solto, as outras modalidades de agremiações que desfilam no Carnaval do Recife costumam apresentar-se com base nos temas criados pelos carnavalescos de cada grupo. Assim, as escolas de samba, os clubes de frevo, as troças, os blocos líricos, os clubes de boneco e os ursos levam para as ruas temas relacionados à cultura popular, a personalidades, à história da cidade, do estado, etc.
[2] No Recife, além das agremiações que participam do Concurso de Agremiações Carnavalescas, outras manifestações como os afoxés, blocos de samba, alguns blocos líricos, entre outras modalidades, também fazem parte do calendário festivo da cidade.
[3] A Prefeitura do Recife, por intermédio da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, realiza, além do Concurso de Agremiações Carnavalescas, os Concursos de Porta-Estandarte, Passista e Rei Momo e Rainha do Carnaval, os quais acontecem nas últimas semanas que antecedem o Carnaval.




Natais de histórias, Natais de memórias (click Aqui para download)
Ciclo Natalino 2008
Mário Ribeiro dos Santos (Org.)
Recife, 2008

Natais de histórias, Natais de memórias parece um trabalho destinado tanto àqueles leitores inquietos por novas abordagens, quanto aos nostálgicos pelo passado, ansiosos por reencontrar suas próprias experiências existenciais e afetivas.
Retrato de um momento histórico sobre o universo multifacetado das expressões culturais típicas do ciclo natalino na nossa região, neste trabalho, o Natal serve como emblema e inspiração para traçarmos um vigoroso painel sobre as festas de comemoração do nascimento do Messias.
Revivemos os cortejos em Noites de Reis, as folias dos Mateus, das Catirinas, dos Bumbas. Descrevemos performances, cantamos jornadas e outras loas, em festas ao ar livre, no interior de casas ou simultaneamente na casa e na rua. Festas no mar, no terreiro, nas praças, nos pátios, nos palcos. Celebrações múltiplas que nos levam pela memória a lugares da infância, que faz reviver afetos e emoções em torno de momentos vivenciados em outras épocas e lugares.
Assim, diferentemente das outras edições e sem fugir ao debate, este trabalho adota uma perspectiva que considera a festa como um fenômeno plural, integrada no cotidiano. Uma leitura que possibilita identificar as diferentes reações vivenciadas no seu interior, onde e quando acontece e, sobretudo, o que nela se faz e quem dela participa. Um percurso que ora se apresenta em linha de continuidade, ora se contrapõe em busca de novas possibilidades interpretativas.
Natais de histórias, Natais de memórias reavalia a importância de estudar as manifestações culturais e desdobra-se em temas abrangentes, com a intenção de construir múltiplos focos narrativos, partindo em busca da documentação do outro, a fim de identificar a pluralidade de festeiros e devotos, em seus diálogos com os demais agentes sociais, compartilhando símbolos que se inscrevem na memória coletiva.
Nesse sentido, uma das principais características que marcam o estilo deste estudo diz respeito à maneira como empregamos as várias citações e referências feitas por jornalistas, memorialistas, por policiais, por religiosos, intelectuais, entre outros, com os quais partilhamos a experiência de testemunhar como as manifestações natalinas são laboriosas e materialmente preparadas, custeadas, planejadas, montadas e vivenciadas. Uma festa, na qual as diferenças e as tensões sociais não são suspensas pelo ritmo dos pandeiros, das zabumbas, das sanfonas, dos violões e dos tambores.      
Procuramos preservar, também, os saberes daqueles que dão sentido às diferentes formas de “brincar”, transcrevendo seus depoimentos na íntegra, para que o leitor identifique, nos fragmentos de fala, costurados ao longo dos textos, um conjunto vivo de práticas e expressões, síntese de todo o imaginário, de ritualização, de fantasias coletivas, a ponto de despertar sentidos os mais diversos, como, por exemplo, o perfume que emana da fumaça sagrada no momento da Queima da Lapinha.
Com a construção desse novo instrumento de pesquisa, a Gerência de Formação Cultural encerra suas atividades de 2008 apresentando ao leitor uma interessante reflexão sobre as manifestações culturais do ciclo natalino, que, esperamos, vá além do prazer da leitura.
Zélia Sales
Gerente Operacional de Formação Cultural/FCCR

Mário Ribeiro
Gerente de Serviços Pedagógicos/FCCR




Cartilha do Ciclo Junino 2008 (click Aqui para visualização) (Click Aqui para Download)

Mário Ribeiro dos Santos (Org.)
Recife, 2008





Nos Arraiais da Memória (click Aqui para download)

As quadrilhas juninas escrevem diferentes histórias
Mário Ribeiro
Recife, 2010


Ai que saudade que eu tenho das noites de São João ...
“Ai que saudade que eu tenho
Das noites de São João
Das noites tão brasileiras das fogueiras
Sob o luar do sertão
Meninos brincando de roda
Velhos soltando balões
Moços envolta fogueira
Brincando com o coração
Eita São João dos meus sonhos
Eita saudoso sertão ai ai”
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)



A lembrança nos traz á memória a mais remota passagem que temos da festa de São João quando ouvimos essa música de Luiz Gonzaga e Zé Dantas. Quantas imagens vêm na tela da mente? Lembranças do cheiro de fumaça no ar; do gosto de milho cozido na boca, do sabor da canjica, que se mistura ao cravo e á canela do bolo pé-de-moleque... Versos, que propõem uma profusão de sentidos, que não se curvam às definições de um dicionário limitado. As histórias das quadrilhas juninas também esbanjam muitos sentidos. Elas não se revelam completamente... Dormem no mais íntimo das memórias dos quadrilheiros; repousam nos bairros, nas ruas e nos arraiais, onde meninas brincam de roda e velhos soltam balões em noites tão brasileiras das fogueiras...

Nos Arraiais da Memória nasce, portanto, com um primeiro desafio: relacionar num mesmo trabalho, história e memória, considerando suas múltiplas temporalidades, visto que, nos depoimentos dos entrevistados, falam os jovens do passado pela voz dos adultos, ou dos idosos do tempo presente. Quadrilheiros que revelam as memórias de suas experiências e também lembranças a eles repassadas; pessoas, que falam de um tempo sobre um outro tempo; que registram sentimentos e interpretações entrecortadas pelas emoções do ontem, renovadas ou ressignificadas pelas emoções do hoje.

Nas páginas que seguem, identificamos como história e memória se conectam e se misturam, numa relação na qual se entrelaçam o passado e o presente; a lembrança e o esquecimento; o pessoal e o coletivo; o público e o privado; o sagrado e o profano.

Nesse diálogo entre memória e história existe uma relação de poder, que tanto revela como oculta. Talvez, este tenha sido o nosso segundo desafio, quando adotamos (pelas próprias circunstâncias da pesquisa) o método da história oral como procedimento para o desenvolvimento do trabalho. Nesse sentido, entre as pessoas que foram entrevistadas (testemunhas dos acontecimentos vividos pelos grupos), muitas lembranças foram reveladas de forma explícita, outras vezes de forma velada, chegando em alguns casos a ocultá-las, talvez para se proteger dos traumas e das emoções que marcaram as suas vidas.

Depoimentos únicos e fascinantes em sua singularidade e potencialidade de revelar emoções. Momentos, que não se reduzem ao simples ao ato de recordar, mas que revela o mais íntimo dos referenciais de um grupo social sobre o seu passado e presente, fornecendo significados e evitando que seus membros percam as suas raízes e identidades. Apesar de compreendermos a memória como um fenômeno coletivo e social, submetido a flutuações e mudanças constantes, identificamos nos relatos, a existência de marcos ou pontos relativamente invariáveis, imutáveis. Um desses marcos é o Festival Pernambucano de Quadrilhas Juninas, que aparece em todas as falas como uma história de vida individual, algo relativamente íntimo, como se fizesse parte da própria essência da pessoa.

Nos Arraiais da Memória também registra o reconhecimento, na sua justa medida, da contribuição de muitas pessoas que participaram do processo de escrita da história das quadrilhas juninas em Pernambuco. Nomes de quadrilheiros, gestores, jurados, professores, entre outros personagens, que são encontrados ao longo da narrativa e se misturam na busca de interesses comuns.

Paralelo a essas pessoas, cujas lembranças alimentam a construção desse trabalho, destacamos os diferentes lugares da memória que se revelam durante a pesquisa. Lugares dotados de significados, particularmente ligados a uma lembrança pessoal: os arraiais de bairro, o Sítio Trindade, a festa de São João, o Festival Pernambucano, os outros concursos.... Espaços múltiplos e comuns, que ficam nas memórias, empiricamente fundados em fatos concretos.

Uma leitura mais atenta do trabalho possibilita, ainda, identificar as mudanças que ocorreram na forma de fazer quadrilha junina no Estado nas últimas três décadas. Percebemos que elas iniciam como uma brincadeira de São João entre vizinhos do mesmo bairro e se transformam em espetáculos artísticos com uma ética própria, técnica e profissionalismo. Outras transformações identificadas dizem respeito ao próprio formato dos trabalhos dos grupos, como por exemplo: a criação de novos passos e movimentos coreográficos; as mudanças nos estilos musicais adotados; novos formatos, texturas e pigmentações dos figurinos; a gravação dos casamentos; a importância atribuída ao tema, novos personagens, entre outras inovações consideradas comuns quando se trata de uma manifestação cultural em contínuo processo de mudanças e permanências.

A pesquisa também revela ao leitor, como se configura a geografia da festa de São João no Recife e Região Metropolitana. Desde a organização dos arraiais de bairro, onde as quadrilhas e a própria Prefeitura do Recife promoviam concursos nos anos 1980, até o formato atual de descentralização do Festival Pernambucano nas seis RPA’s.

Considerando as evidências reveladas, a Gerência de Formação Cultural da Fundação de Cultura Cidade do Recife certifica-se de que apresenta à sociedade, pela primeira vez, um trabalho que registra e atribui valor científico à história das quadrilhas juninas e do Festival Pernambucano Adulto e Infantil. Uma produção de credibilidade, construída a partir dos depoimentos e das experiências de quem faz a manifestação cultural quadrilha junina ter histórias importantes, que agora se encontram documentadas. Contribuições singulares que possibilitam a construção de novas fontes, que subsidiarão pesquisas, qualificando acervos de bibliotecas públicas, escolares, museus, ong’s e centros de documentação, pesquisa e memória histórica do Recife e Região Metropolitana.

Nos Arrais da Memória possibilita também novos desdobramentos que se fazem pertinentes. Dos sessenta grupos selecionados para esta primeira edição, apenas quarenta e um tiveram suas histórias documentadas. A ausência dos outros textos deve-se a dois fatores: a dificuldade de encontrar os representantes e/ou componentes das quadrilhas que não mais participam do São João e a inexistência de documentos que comprovem empiricamente momentos da história de vida dos grupos atuantes (situação comum no universo das manifestações de cultura popular). Essa realidade dificultou a concretização da ideia inicial do trabalho, porém, contribuiu para estimular a organização da segunda edição dessa pesquisa, contemplando outras quadrilhas que igualmente contribuem para o enriquecimento da história cultural dessa cidade.


Mário Ribeiro dos Santos

Zélia Sales








Lá Vem Cachorro! Que Troça é Essa?
Homenagem ao Centenário da Troça Carnavalesca Mista O Cachorro do Homem do Miúdo
Carmem Lélis e Hugo Menezes
Recife, 2010

Parece mágico completar cem anos. Há uma aura de mistério e força que envolve um brinquedo centenário e o transforma em subversivo diante da fugacidade do mundo contemporâneo (...). São cem carnavais impregnados na memória da cidade que preenchem de emoção e lembranças diversas um incontável número de foliões. São com ciclos ininterruptos de criação, explosão e renascimento, pois na quarta-feira de cinzas renascem os subversivos que resistem à efemeridade e insistem em ser, por mais um carnaval, a dádiva do êxtase e a imagem alegórica da fênix.
Carmem Lélis e Hugo Menezes




MEMÓRIA DO FREVO - Acervo de Partituras
Frevo, Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil
Plano Integrado de Salvaguarda



Produção Coletiva
Gerência de Patrimônio Imaterial
Centro de Formação, Pesquisa e Memória Cultural Casa do Carnaval
Recife, 2010




Esse trabalho soma-se aos esforços da Preveitura do Recife no atendimento ao Plano Integrado de Salvaguarda do Frevo e cumpre o papel de visibilizar, ampliar e acesar o conjunto documental por ele investigado. A partir de ações, instrumentos legais e seus desdobramentos, se consolida o compromisso do Estado e da sociedade civil, num esforço conjunto capaz de garantir a valorização e perpetuidade do Bem patrimonial. Nesse sentido, o trabalho de restauro, conservação, digitalização e mapeamento de acervos musicais públicos e privados da cidade do Recife, constitui uma parcela significativa do processo de salvaguarda e registro da nossa memória e riqueza cultural.
Renato L


 


Salvaguarda do Frevo – Acervo de Partituras (CD ROM)

Frevo, Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil
Plano Integrado de Salvaguarda
Recife, 2010

Há mais de cem anos a força e a inventividade do povo recifense, envoltas em um contexto histórico peculiar, fizeram explodir o Frevo. Marco identitário do Recife e um dos símbolos mais representativos do seu carnaval, hoje, Patrimônio Imaterial do Brasil, ganha novo estímulo com a digitalização e divulgação de 120 partituras.
            A Prefeitura do Recife do Recife em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN presenteia músicos e foliões com o acesso a composições de grande importância para a nossa história musical que atende diretamente ao plano de Salvaguarda do Frevo com vistas à difusão e divulgação desse bem patrimonial.
            Acreditamos que o CD, fruto de um trabalho árduo de pesquisa, restauração e digitalização das partituras, deve atuar de forma incisiva na ampliação do repertório das orquestras, responsáveis por uma sonoridade singular que embala frenética e poeticamente nossas memórias. A Prefeitura do Recife ratifica o compromisso com a difusão do Frevo, ritmo que preenche de energia e emoção o nosso carnaval multicultural.

João da Costa
Prefeito do Recife